A Samsung anunciou uma medida que vai na contramão das tendências modernas de trabalho: a partir deste mês, todos os executivos e diretores da empresa na Coreia do Sul devem trabalhar 6 dias por semana, incluindo sábados ou domingos. A decisão vem após um ano em que a gigante da tecnologia não atingiu suas metas financeiras, registrando uma queda de 72% no lucro líquido e uma redução de 14% na receita, em comparação com 2022.
O resultado negativo do último ano também refletiu uma queda nas vendas globais de celulares, notebooks e chips de memória, além da desvalorização do won, a moeda local. O lucro operacional da Samsung sofreu um golpe significativo, reduzindo em 85%, o que representa seu nível mais baixo desde 2009.
A decisão de aumentar a carga horária de trabalho está sendo aplicada apenas na Coreia do Sul, sem afetar outras regiões. Fontes próximas à Samsung confirmaram que essa mudança não impactará os trabalhadores no Brasil, mas a empresa optou por não comentar oficialmente sobre a medida.
Enquanto isso, a Coreia do Sul continua debatendo os limites de jornada de trabalho. Desde 2018, a legislação permite um máximo de 52 horas por semana, mas há discussões para aumentar esse limite para 69 horas. A proposta tem gerado controvérsias, com críticas de trabalhadores e políticos que temem a sobrecarga dos funcionários. Apesar das regras atuais, muitos pequenos empregadores já ultrapassam os limites estabelecidos, sem pagar horas extras.
O impacto da volatilidade do won também foi um dos fatores que prejudicaram a Samsung. A moeda coreana, semelhante ao real no Brasil, tem experimentado grandes oscilações devido a fatores externos. No entanto, autoridades na Coreia do Sul consideram essa volatilidade temporária e não esperam que ela continue por muito tempo.