CEO do Walmart ganha salário anual de cair da cadeira
Doug McMillon, CEO do Walmart, recebeu uma remuneração total de US$26,9 milhões no último ano, o equivalente a cerca de R$137,7 milhões, segundo a cotação atual. A divulgação dos números foi feita em uma declaração anual da empresa apresentada à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. O pacote salarial de McMillon teve um aumento de US$1,6 milhão em relação ao ano anterior.
A remuneração do executivo é composta por um salário base de US$1,5 milhão (R$7,7 milhões), prêmios em ações no valor de US$ 19,6 milhões (R$ 100,3 milhões), e outras remunerações somando US$ 5,8 milhões (R$ 29,7 milhões). Esse total é quase mil vezes maior do que o salário médio dos funcionários do Walmart, que foi de US$ 27.642 (R$ 141.466) no último ano, um aumento de apenas 1,8% em relação ao período anterior.
Doug McMillon, de 57 anos, lidera mais de 2,1 milhões de trabalhadores em mais de 10 mil lojas de varejo pelo mundo, com vendas anuais de US$ 648 bilhões (R$ 3,3 trilhões). A vasta diferença entre a remuneração do CEO e a de seus funcionários coloca em evidência as crescentes críticas sobre a desigualdade salarial no setor corporativo.
O patrimônio líquido de McMillon aumentou em US$ 47,5 milhões (R$ 243 milhões) no último ano, impulsionado pelo valor justo de seus prêmios em ações. Atualmente, ele possui mais de 5,1 milhões de ações do Walmart, uma posição que reflete o longo tempo que ele passou trabalhando para a empresa. Desde 2009, o executivo recebeu um total combinado de quase US$ 163 milhões (R$ 834,2 milhões).
Antes de se tornar CEO, McMillon começou sua carreira no Walmart em 1984, descarregando caminhões por US$ 6,50 por hora, um início que contrasta fortemente com seu atual salário milionário. Ele liderou a divisão internacional do Walmart de 2009 a 2014 e o Sam’s Club de 2005 a 2009, até alcançar o posto mais alto da empresa.
No entanto, críticos afirmam que esses valores exorbitantes podem criar um ambiente de desmotivação entre os funcionários, especialmente aqueles que enfrentam condições de trabalho desafiadoras e salários baixos. Para muitos, a questão é mais profunda do que apenas números: é um problema de justiça e equidade no local de trabalho.
Enquanto os debates continuam, a remuneração do CEO do Walmart serve como um lembrete do grande abismo que existe entre os níveis superiores e inferiores na hierarquia corporativa. A questão que se levanta é: até que ponto uma remuneração tão desproporcional é aceitável em uma sociedade que valoriza a justiça e a igualdade?