Recursos do Governo Utilizados na Recuperação de Desastres é 7 Vezes Maior do que o da Prevenção
Entre 2018 e 2024, o governo federal alocou mais de sete vezes mais recursos para a recuperação após desastres do que para a prevenção no estado do Rio Grande do Sul. Dados obtidos pelo g1 e pela TV Globo mostram que o total destinado a ações de socorro e reconstrução foi de R$ 518,2 milhões, enquanto R$ 81,2 milhões foram destinados a medidas preventivas.
Os valores demonstram uma tendência significativa de priorização da reação a desastres em relação à prevenção, refletindo uma diferença crítica na alocação de recursos. A seguinte lista detalha a distribuição de recursos por ano para recuperação e prevenção no Rio Grande do Sul:
- 2018: R$ 20,5 milhões para recuperação, R$ 14,4 milhões para prevenção
- 2019: R$ 3,6 milhões para recuperação, R$ 7,3 milhões para prevenção
- 2020: R$ 22,9 milhões para recuperação, R$ 19,7 milhões para prevenção
- 2021: R$ 4,9 milhões para recuperação, R$ 13,1 milhões para prevenção
- 2022: R$ 52,6 milhões para recuperação, R$ 10,8 milhões para prevenção
- 2023: R$ 263,9 milhões para recuperação, R$ 9,1 milhões para prevenção
- 2024: R$ 149,6 milhões para recuperação, R$ 6,5 milhões para prevenção (até agora)
A ampla diferença de recursos destinados à recuperação em relação à prevenção levanta questões sobre as políticas governamentais para mitigação de desastres. Especialistas apontam que investir mais em prevenção pode reduzir a necessidade de grandes somas para reconstrução após desastres naturais.
O boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou, nesta quarta-feira (8), as informações sobre os danos causados pelos temporais que atingem o estado. No início da noite foram confirmadas 100 mortes e cerca de 128 pessoas desaparecidas. Além disso, 372 pessoas ficaram feridas. O número de deslocados é alarmante: 201,5 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas, das quais 47,6 mil estão em abrigos e 153,8 mil se encontram desalojadas, vivendo temporariamente com familiares ou amigos.
O número total de deslocados já atingiu 230,4 mil pessoas, com 66,7 mil em abrigos e 163,7 mil desalojados. Os efeitos dos temporais foram sentidos em 417 dos 497 municípios do estado, afetando cerca de 1,4 milhão de pessoas. A extensão desses danos evidencia a magnitude da tragédia e a necessidade urgente de recursos e esforços de recuperação.