Os carros populares zero km estão em falta no Brasil, e a razão para isso foi finalmente revelada. Durante o final dos anos 90 e o início dos anos 2000, os veículos com motores 1.0 eram incrivelmente populares, representando quase 70% das vendas, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Entretanto, algo mudou drasticamente ao longo do tempo. Em 2016, as vendas desses carros despencaram para 33%. O que causou esse declínio?
Uma das explicações reside na mudança do perfil do consumidor. Com a percepção de que a diferença entre carros com menos e mais opcionais diminuiu, os consumidores passaram a buscar modelos mais sofisticados, capazes de atender ou até mesmo superar suas expectativas. A demanda por carros sem ar-condicionado, por exemplo, é cada vez menor. Assim, se um modelo como o Uno Mille de 1993 fosse lançado em 2021, provavelmente seria um fracasso de vendas.
Além disso, outro fator que contribui para essa mudança é o objetivo das montadoras. À medida que a fabricação de carros populares se tornou menos lucrativa, as empresas passaram a priorizar outros segmentos. O custo de produção desses veículos aumentou consideravelmente, devido às exigências legais, como cintos de três pontos, encostos de cabeça para todos os ocupantes, sistemas de segurança como ABS e airbags, além de novas regulamentações, como a obrigatoriedade de controle de estabilidade a partir de 2024. Todo esse avanço tecnológico resulta em um aumento nos custos, afastando a ideia inicial de tornar os carros zero km mais acessíveis ao público em geral.
Assim, a democratização do acesso aos carros novos foi gradualmente perdendo espaço, levando os consumidores a explorar outras alternativas no mercado automobilístico.
