O que explica a ausência de mulheres entre os 50 atletas mais bem pagos?
A lista anual dos 50 atletas mais bem pagos do mundo, divulgada pela Forbes, tem sido uma vitrine para os gigantes do esporte, mas uma tendência preocupante se destaca: a ausência de mulheres. Este ano, com a aposentadoria de Serena Williams, nenhuma atleta conseguiu garantir um lugar nesse ranking cobiçado.
A disparidade de ganhos é evidente, refletindo diretamente nas receitas das ligas esportivas. Enquanto a NBA, por exemplo, gera cerca de US$3 bilhões com acordos de transmissão, a WNBA, sua contraparte feminina, arrecada apenas cerca de US$60 milhões anualmente. Essa discrepância se traduz em salários muito menores para as jogadoras femininas, com a WNBA pagando em média cerca de US$240 mil, em comparação com o mínimo de US$1 milhão para atletas masculinos.
Mesmo em esportes onde os prêmios em dinheiro são teoricamente iguais para homens e mulheres, como no tênis, a disparidade persiste em eventos menores. Isso porque os ganhos em campo estão intimamente ligados às receitas geradas pela liga, o que amplifica as desigualdades sistêmicas.
Apesar desses desafios, há indícios de mudança no horizonte dos esportes femininos. A receita total dos esportes profissionais femininos está em ascensão, estimada em atingir US$1,28 bilhão este ano. Novos acordos de direitos de mídia estão impulsionando o valor das ligas femininas, como na NWSL e no Torneio de Basquete Feminino da NCAA.
Além disso, mais marcas estão apoiando atletas femininas e jovens estrelas estão emergindo em várias modalidades. Embora a disparidade ainda seja expressiva, as atletas femininas mais bem pagas estão progredindo, com a mediana das 20 primeiras colocadas aumentando e mais atletas registrando ganhos totais significativos.
Em suma, a equidade na distribuição e remuneração é fundamental para impulsionar os esportes femininos para o futuro, uma mudança que não só depende dos espectadores, mas também do comprometimento dos patrocinadores e das próprias ligas. (Fonte: Forbes)