Confirmado: Motoristas e entregadores de apps estão ganhando cada vez menos
Um estudo recente do Ipea, baseado em dados do IBGE, revela uma tendência preocupante: motoristas e entregadores que dependem de aplicativos estão enfrentando uma queda em seus rendimentos, enquanto suas jornadas de trabalho estão se tornando cada vez mais longas. Nos últimos anos, o número de brasileiros que utilizam plataformas digitais como fonte principal de renda aumentou significativamente, mas os profissionais dessa área estão sentindo os efeitos negativos desse crescimento.
O estudo “Plataformização e Precarização do Trabalho de Motoristas e Entregadores no Brasil”, apresentado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), analisou a situação dos motoristas de transporte de passageiros e dos entregadores a partir de dados da Pnad Contínua do IBGE. Os resultados mostram que, embora o número de motoristas autônomos tenha aumentado consideravelmente na última década, seus rendimentos médios têm diminuído.
A renda média dos motoristas autônomos, por exemplo, caiu de cerca de R$ 3.100 no auge da série histórica para pouco menos de R$ 2.200 em 2021, antes de apresentar uma leve recuperação em 2022. Situação semelhante foi observada entre os entregadores, cuja renda média também diminuiu significativamente ao longo dos anos, mesmo com o aumento do número de profissionais atuando nessa área.
Além da queda nos rendimentos, o estudo também destaca o aumento das jornadas de trabalho desses profissionais. Enquanto em 2012 uma parcela significativa dos motoristas autônomos trabalhava entre 49 e 60 horas por semana, em 2022 esse percentual aumentou ainda mais. O mesmo padrão foi observado entre os entregadores, indicando uma tendência preocupante de aumento da carga horária de trabalho.