Governo de São Paulo paga R$ 125 milhões anualmente para ter corrida da Fórmula 1
A Prefeitura de São Paulo anunciou um compromisso de investir uma quantia impressionante para a realização de corridas da Fórmula 1 na cidade, uma decisão que suscita diversas opiniões em meio à população paulistana. Entre 2021 e 2025, a cidade sediará cinco Grandes Prêmios (GPs), com um acordo que ultrapassa o valor de 660 milhões de reais, dada a atual cotação. Isso envolve, também, a contratação sem licitação, por 100 milhões de reais, de uma empresa recém-formada e com proprietários não identificados para a promoção desses eventos.
Além dos desembolsos diretos, há previsão de custos adicionais relacionados a reformas no Autódromo de Interlagos, necessárias para atender às exigências frequentes da F1. Esse cenário levanta uma importante questão: os resultados econômicos e a visibilidade proporcionada justificam tais investimentos? A administração municipal aposta que sim, considerando o potencial de retorno turístico e midiático que eventos de grande escala como a F1 podem trazer.
Quais são as condições financeiras do contrato da F1?
De acordo com informações obtidas pela coluna Olhar Olímpico, o contrato estipula que a prefeitura efetue o pagamento de 22,5 milhões de dólares (aproximadamente 120 milhões de reais) até o primeiro dia de junho de cada ano em que a corrida ocorrer. A questão financeira se complica ainda mais com a pandemia vigente, o que torna incerto o retorno desses valores através da venda de ingressos e patrocínios.
Como a gestão do evento é realizada?
O acordo firmado confere à empresa Brasil Motorsport, controlada pelo fundo de investimentos Mubadala, sediado em Abu Dhabi, a gestão exclusiva das receitas de bilheteria. Esse arranjo permite que essa empresa, administrada por Alan Adler, CEO da agência IMM, acumule grandes quantias, enquanto a cidade de São Paulo arca com os custos significativos de organização e promoção do evento.
Comparação de Impactos Econômicos: Fórmula 1 e Parada Gay
A Fórmula 1 é, sem dúvidas, um dos eventos mais prestigiados mundialmente, mas sua relação custo-benefício tem sido um debate constante. Para ilustrar, o GP São Paulo é projetado para gerar um impacto de 300 milhões de dólares por ano em benefícios indiretos, enquanto a Parada Gay de 2019 gerou um impacto superior, avaliado em cerca de 400 milhões de reais, com um investimento significativamente menor de 1,9 milhão de reais pela prefeitura.
Ao avaliar os vultosos valores investidos e os benefícios econômicos projetados, é crucial questionar se tais investimentos estão alinhados com as necessidades prementes da cidade. Os benefícios de longo prazo para os cidadãos e a economia local devem ser cuidadosamente ponderados, dado o substancial ônus financeiro que tais eventos demandam dos cofres públicos.