Um equino peculiar está chamando a atenção no cenário equino brasileiro: o cavalo nordestino, também conhecido como cavalo Highlander. Reconhecido por sua incrível capacidade de resistência, esse cavalo pode percorrer até 70 quilômetros em um único dia, tudo isso sem o uso de ferraduras. Essa habilidade excepcional é fruto de séculos de adaptação às exigentes condições do sertão nordestino.
Originado do cavalo Barbo, Bérbere ou Norte-Africano, introduzido no Brasil durante o período colonial, o cavalo nordestino tornou-se um símbolo de resistência e versatilidade. Com sua conformação bem proporcionada e musculatura forte, esse equino apresenta um porte médio, com altura variando entre 1,30m e 1,50m na cernelha.
Além de sua resistência notável, o cavalo nordestino possui um temperamento ativo e dócil, tornando-o ideal para diversas atividades, desde o trabalho com gado até esportes e transporte de cargas leves. Seus cascos rígidos e geralmente pretos proporcionam estabilidade mesmo em terrenos pedregosos e irregulares.
A importância do cavalo nordestino vai além de suas habilidades funcionais. Ele desempenha um papel crucial na vida econômica e cultural do Nordeste brasileiro, sendo parte integrante do folclore e da tradição da região. Celebrado em festividades e manifestações culturais, esse equino representa uma conexão tangível com as raízes e a história do povo nordestino.
Apesar de seu reconhecimento pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 1987, a raça ainda enfrenta desafios em consolidar uma criação organizada e atrair mais investimento. No entanto, esforços concentrados de associações como a Associação Equestre e de Preservação do Cavalo Nordestino (AEPCN) visam garantir a continuidade e a valorização desse patrimônio genético equino brasileiro.
O cavalo nordestino é mais do que um animal resistente; é um símbolo de força, adaptabilidade e orgulho para as comunidades do Nordeste, destacando-se como uma das preciosidades do cenário equino brasileiro.