Matteus Amaral, vice-campeão do Big Brother Brasil 24, recebeu benefícios do governo federal por meio de fraude em cotas raciais. O ex-participante do reality show declarou-se preto para ingressar em uma universidade pública e conseguiu acesso ao programa Bolsa Permanência, destinado a estudantes quilombolas, indígenas e em vulnerabilidade socioeconômica.
Segundo informações reveladas pelo colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Matteus recebeu um total de R$4,6 mil em auxílios. Durante seu curso no Instituto Federal de Farroupilha, entre 2014 e 2015, embolsou R$2,6 mil distribuídos em 23 parcelas. Posteriormente, em 2023, antes de participar do BBB, recebeu mais R$2 mil por sua participação em um projeto de iniciação científica na Universidade Federal do Pampa, no Rio Grande do Sul.
O programa Bolsa Permanência visa garantir a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica no ensino superior, reduzindo a evasão e os custos com vagas ociosas. Para receber o auxílio, é necessário cumprir requisitos como ter renda familiar per capita não superior a 1,5 salário mínimo e estar regularmente matriculado em cursos de graduação.
Matteus defende-se alegando que foi inscrito como preto sem seu consentimento, por terceiros. Ele nega ter tentado se beneficiar indevidamente do sistema de cotas raciais. No entanto, uma denúncia e pedido de prisão foram protocolados contra ele no Ministério Público Federal, o que coloca sua versão em xeque diante das autoridades.
O caso reacende debates sobre a fiscalização e transparência nos programas de assistência estudantil, destacando a importância de políticas que promovam o acesso justo e igualitário à educação superior no Brasil.