Brasil até tentou brigar na Justiça, mas acabou perdendo território para o Reino Unido
No embate histórico pelo território estratégico de Pirara, o Brasil viu-se em desvantagem frente ao Reino Unido. A região de 33 mil quilômetros quadrados, equivalente ao estado de Alagoas, era vital para o acesso ao mar do Caribe através do rio Essequibo.
A disputa remonta ao século XVIII, iniciada pelo tratado entre Portugal e Espanha em 1777. Após a independência, Pirara permaneceu sob controle brasileiro, mas a presença missionária britânica na década de 1830 reduziu a influência nacional ao converter os indígenas locais ao cristianismo.
Anos mais tarde, em 1904, a questão foi levada a um tribunal de arbitragem internacional, com o rei Victor Emanuel III da Itália atuando como árbitro. Apesar dos esforços brasileiros, incluindo extensiva apresentação de documentos e cartas cartográficas, os britânicos foram favorecidos no julgamento.
O veredicto concedeu aos britânicos 60% do território disputado, proporcionando-lhes acesso estratégico à bacia amazônica. Esta foi a única vez na história em que o Brasil perdeu território em uma disputa internacional.
A decisão não apenas ilustra o impacto duradouro do imperialismo britânico na América do Sul, mas também ressalta as complexidades das relações internacionais que continuam a moldar a geopolítica regional até os dias atuais. As tensões territoriais resultantes ainda afetam as relações diplomáticas entre Brasil, Reino Unido e outros países da região.