Venezuela está prestes a faturar R$ 418 milhões por dia com petróleo
A Venezuela está prestes a alcançar uma marca significativa em sua produção de petróleo, superando desafios econômicos e sanções internacionais. O ministro do Petróleo, Pedro Rafael Tellechea, anunciou que o país está produzindo mais de 950.000 barris de petróleo diários (bpd) e que em breve atingirá a produção de um milhão de barris diários, algo que não acontece há mais de cinco anos.
“Podemos dizer oficialmente que estamos acima de 950.000 barris diários”, declarou Tellechea, que também preside a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA). “Nos próximos dias estaremos alcançando já o milhão de barris, uma alegria para a Venezuela”, acrescentou durante a inauguração de um novo sistema de distribuição de gasolina em Caracas.
Vale ressaltar que o barril de petróleo varia entre R$ 400 e R$ 445, sendo assim, se fizermos a conta de barris produzidos diariamente, 950 mil vezes o valor de R$ 400, resulta em R$ 418 milhões para a economia Venezuelana.
Impacto na sanção do petróleo
Segundo a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a produção venezuelana estava em 910.000 bpd no final de maio. A última vez que a Venezuela superou um milhão de barris foi no início de 2019, ano em que os Estados Unidos impuseram um embargo ao petróleo venezuelano.
Em 2020, a produção despencou para menos de 400.000 bpd, o nível mais baixo em três décadas. O governo venezuelano atribui essa queda às “medidas coercitivas” de Washington, destinadas a forçar a saída do presidente Nicolás Maduro.
Recuperação da produção
Em outubro passado, os Estados Unidos levantaram parcialmente o embargo por seis meses, após acordos políticos internos na Venezuela, mas reverteram a medida posteriormente.
Esta suspensão temporária permitiu uma leve recuperação na produção. Empresas que desejam operar na Venezuela precisam solicitar licenças individuais em Washington, como a que possui a Chevron. Empresas como Repsol e Maurel & Prom também solicitaram estas licenças, essenciais para a continuidade de suas operações.
Desafios políticos na indústria petrolífera
Além das sanções, a corrupção endêmica e o desinvestimento contribuíram significativamente para o colapso da indústria, que em 2008 produzia mais de 3 milhões de barris diários.
A corrupção na PDVSA e a falta de investimento resultaram em deterioração das infraestruturas de produção e refino, comprometendo a eficiência do setor. A fuga de talentos e a perda de mão de obra qualificada agravaram a situação, dificultando a recuperação da indústria petrolífera venezuelana.