A Bahia é o estado com o maior número de cidades entre as mais violentas do Brasil, conforme o Atlas da Violência 2024, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Esse levantamento analisa dados de 2022, e revela sete das dez cidades com maiores taxas de homicídios localizadas no estado baiano.
Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano, desponta como a cidade mais violenta do país, com uma taxa de 94,1 homicídios por 100 mil habitantes.
Com uma população de 103 mil moradores, segundo o Censo 2022, o município enfrenta uma grave crise de segurança, atribuída principalmente à disputa entre facções criminosas e ao tráfico de drogas.
Municípios baianos mais violentos
Outros municípios baianos que figuram entre os mais violentos incluem Jequié (91,9 homicídios por 100 mil habitantes), Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6) e Juazeiro (72,3). A lista das dez cidades mais perigosas é completada por Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, com uma taxa de 66,9 homicídios.
O Atlas destaca que, em 2022, o Brasil registrou uma média de 24,5 mortes intencionais por 100 mil habitantes, totalizando 52.391 óbitos. Desses, 5.982 foram classificados como homicídios ocultos, mortes violentas que não foram devidamente investigadas ou notificadas às autoridades.
Outros locais do Brasil
Em contraste, cidades do Sul e Sudeste apresentam as menores taxas de homicídios. Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, lidera o ranking de cidades seguras com uma taxa de 2,2 homicídios por 100 mil habitantes, seguida por Atibaia (2,2) e Botucatu (3,4), ambas no interior de São Paulo.
Entre as capitais, Salvador aparece na nona posição, com 66,4 homicídios por 100 mil habitantes. São Paulo, apesar de registrar o maior número absoluto de homicídios (1.762), apresenta uma taxa de 15,4, destacando-se entre as menos violentas proporcionalmente. Florianópolis é a capital mais segura, com 8,9 homicídios por 100 mil habitantes.
O Atlas da Violência 2024 utiliza dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, para compor um panorama detalhado da violência no país.