A fabricante de veículos elétricos Fisker declarou falência na última segunda-feira (17), após enfrentar problemas recorrentes com a produção de seu SUV, o Fisker Ocean. O pedido de proteção sob o Capítulo 11 foi apresentado em Delaware, nos Estados Unidos, listando ativos entre US$500 milhões e US$1 bilhão e passivos entre US$100 milhões e US$500 milhões. Esse movimento visa proteger a empresa dos credores enquanto um plano de reembolso é elaborado.
Fundada por Henrik Fisker, famoso designer de carros esportivos da BMW e Aston Martin, esta é a segunda empresa de veículos elétricos de Fisker a entrar em falência. A primeira, Fisker Automotive, sucumbiu em 2013 após uma série de recalls.
A ruína da Fisker foi marcada por problemas internos. A produção do SUV Ocean começou em novembro de 2022, mas os veículos iniciais apresentavam falta de recursos básicos, como controle de cruzeiro. Promessas de atualização via software sem fio foram feitas, mas bugs retardaram a produção, resultando em repetidas reduções nas previsões da empresa.
Um vídeo crítico do influente youtuber Marques Brownlee destacou uma série de problemas do Fisker Ocean, acumulando mais de 5,7 milhões de visualizações e aumentando a má reputação do veículo. Em 2023, a Fisker produziu 10.193 SUVs Ocean, mas entregou apenas 4.929 unidades aos clientes. Em janeiro, a empresa tentou uma mudança estratégica, buscando parcerias com revendedores franqueados na América do Norte.
Apesar das dificuldades, a fábrica da Fisker em Graz, na Áustria, que emprega cerca de 7.000 trabalhadores, continua a fabricar veículos para BMW, Mercedes, Toyota e Jaguar Land Rover, mesmo após a demissão de 400 a 500 funcionários.
A Fisker segue o destino de outras startups de veículos elétricos que faliram recentemente, como Charge Enterprises, Lordstown Motors, Proterra e Electric Last Mile Solutions. A falência da Fisker destaca os desafios contínuos enfrentados por novas empresas no competitivo mercado de veículos elétricos.