Por que 5 estados do Nordeste poderiam ter um fuso horário diferente de Brasília?
O Nordeste brasileiro possui uma peculiaridade específica. Por ser mais a leste do que Sul do Brasil, na região o nascer do sol e o anoitecer acontece mais cedo do que a maior parte do país. Porém, a maior parte dos estados nordestinos está no fuso horário de Brasília (GMT -3), quando, na verdade, deveriam seguir o fuso horário GMT -2, o mesmo de Fernando de Noronha, conforme os mapas indicam.
O horário legal brasileiro é estabelecido pelo Decreto nº 2.784, assinado em junho de 1913, que dividiu o país em quatro fusos horários distintos. Já em 2008, a Lei nº 11.662 alterou essa divisão, eliminando um dos fusos e ajustando outros.
O estado do Acre e parte do Amazonas, por exemplo, passaram de “menos cinco” para “menos quatro” horas em relação ao meridiano de Greenwich, reduzindo a diferença para Brasília de duas para uma hora.
Nordeste deveria adotar outro fuso
No entanto, os estados da costa leste do Nordeste – Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte – deveriam adotar o fuso horário GMT -2. Atualmente, essas regiões testemunham um nascer do sol entre 04:30 e 05:30 e o pôr do sol entre 17:00 e 17:40, horários que são incomuns para áreas próximas à linha do Equador.
Em contraste, cidades como Belém e São Luís, mais próximas ao equador, veem o sol nascer entre 05:30 e 06:30 e se pôr entre 18:00 e 18:40. Em Recife, o sol atinge seu ponto mais alto antes das 11:00, e em Fortaleza, por volta das 11:30, bem antes do meio-dia solar observado em outras regiões.
Este descompasso resulta em uma percepção estranha do tempo: em João Pessoa, às 6 da manhã, o sol já está alto, e às 17:30, já está escuro. Este fenômeno sublinha a necessidade de uma revisão no fuso horário oficial do Nordeste para alinhar melhor com a realidade geográfica e solar da região.