Open Finance não atinge expectativas e Banco Central conclui: “ainda não caiu no gosto popular”
Segundo uma pesquisa recente da consultoria Capgemini, o Open Finance no Brasil enfrenta desafios significativos para se popularizar entre os consumidores, mesmo após anos de sua implementação. O estudo revelou que o conhecimento sobre o termo “Open Finance” entre os brasileiros permanece estagnado em 64%, indicando uma baixa disseminação do conceito. A líder de serviços financeiros da Capgemini, Jamile Leão, ressaltou que “o Open Finance ainda não ‘caiu no gosto popular’, já que a comunicação entre pessoas conhecidas não supera 10%.”
A pesquisa também apontou que a falta de conhecimento sobre o ecossistema, juntamente com a preocupação com a segurança de dados e a percepção limitada de benefícios, são os principais obstáculos para a adesão ao Open Finance. De acordo com Leão, “em algum momento, as empresas ‘queimaram suas cartas’ quando pediram o consentimento e não apresentaram cases ao consumidor. Agora o que vemos é desconfiança e mais dificuldade de o cliente compartilhar dados.”
Além disso, houve uma queda significativa na confiança dos consumidores nas instituições financeiras, de 74% em 2023 para 63% em 2024, conforme destacado no estudo. “Esse declínio na confiança é preocupante, pois pode dificultar a adoção de novos serviços financeiros digitais”, afirmou Leão.
O Banco Central, responsável pela regulamentação do Open Finance, reconhece os desafios enfrentados pelo ecossistema. Em entrevista recente ao InfoMoney, a governança do Open Finance no Brasil enfatizou que “o ecossistema foi construído de forma muito segura e não apresentou nenhum tipo de falha ou vazamento até agora.” Contudo, o desafio persiste em popularizar o conceito e aumentar a confiança dos consumidores.
O futuro do Open Finance no país é incerto, com projeções que variam desde um cenário de desaceleração até um cenário de sucesso absoluto com aumento da concorrência. Segundo a consultoria, é essencial que as empresas adotem uma abordagem mais sistêmica e focada em oferecer soluções rentáveis e com jornadas eficientes para os consumidores.
Apesar dos avanços regulatórios e técnicos, o Open Finance no Brasil ainda não conquistou o público como o Pix, enfrentando desafios significativos para se tornar amplamente adotado e compreendido. A Estrutura de Governança do Open Finance Brasil continua trabalhando para superar esses obstáculos e promover um ecossistema mais acessível e confiável para todos os participantes.