Infiltração de água quente na Antártida pode inundar 100 cidades, diz novo estudo
Segundo um estudo publicado pela revista científica “Nature Geoscience”, no dia 25 de junho, o derretimento dos mantos de gelo na Antártida pode ser ainda mais acelerado do que as projeções atuais indicam, pelo nível elevado do mar causado pelo aquecimento global. As preocupações giram em torno da infiltração nas águas oceânicas.
Os autores do estudo, cientistas Alexander Bradley e Ian Hewitt, identificaram que a água quente do oceano cria cavidades sob os mantos de gelo, aumentando a circulação da água e acelerando o derretimento.
Esse processo é chamado de “retroalimentação” e pode atuar como um ponto de inflexão, onde mesmo os pequenos aumentos de temperatura da água infiltrada podem resultar em grandes quantidades de gelo derretido.
Ao jornal britânico The Guardian, Bradley explicou que a cada décimo de grau de aquecimento do oceano, passamos cada vez mais perto de ultrapassar esse ponto de inflexão.
Previsões contrárias
Atualmente, os modelos de análise do derretimento de gelo não consideram a retroalimentação, o que pode significar que as previsões atuais subestimam o impacto futuro.
Bradley alerta que a inclusão desse fenômeno pode revelar cenários muito mais alarmantes para a elevação do nível do mar. “A infiltração de água do mar pode ser a peça que faltava. Quando incluímos isso nos estudos, a quantidade de elevação do nível do mar que os modelos preveem pode ser muito maior”, afirma.
A pesquisa sugere que os novos estudos podem projetar até o dobro da elevação do nível do mar. A validação dessa hipótese em modelos que abrangem toda a Antártida será crucial para confirmar essas previsões.
Inundação das cidades
O nível dos oceanos é uma preocupação alarmante sobre as mudanças climáticas. Isso porque um levantamento da organização Climate Central, aponta que sete cidades brasileira, incluindo Rio de Janeiro e Santos, podem sofrer inundação nas próximas décadas.
Ainda, cerca de 100 cidades em 39 países, enfrentam o mesmo perigo. Esses são os dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima)