Fraudes no SUS: Apreensão de mais de R$ 15 milhões foram realizadas pela PF
Nessa quinta-feira (4), a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal começaram a segunda fase da operação Moto-Perpétuo, que investiga desvios de recursos milionários do Sistema Único de Saúde (SUS). A investigação é focada em uma empresa familiar sediada em Curitiba (PR), que, segundo a PF, vem mantendo atividades ilegais há anos.
Nesta etapa, o objetivo principal foi identificar novos envolvidos no esquema de desvio de recursos do SUS e bloquear bens ocultos, avaliados em R$ 15 milhões, no nome de “laranjas” – pessoas que ocultam patrimônio de sonegadores ou lavam dinheiro do crime organizado.
Segundo informação da PF, ao menos 15 policiais federais, seis auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal cumpriram três mandados de busca e apreensão em Curitiba (PR) e Bombinhas (SC).
“O objetivo foi identificar o patrimônio oculto e rendimentos oriundos de atividade criminosa realizada por uma organização liderada por um casal de empresários que atua no setor da saúde na região de Curitiba”, descreveu a PF em nota.
Casal já era investigado
Ainda segundo a investigação, o casal já havia sido alvo da operação Fidúcia, há quase uma década, quando um grupo que utilizava organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip) para fechar convênios com a administração pública, foi desarticulado. Os prejuízos foram milionários.
Segundo as investigações, o grupo usava expedientes fraudulentos para desviar, apropriar-se e lavar recursos destinados ao SUS.
Operação Modo-Perpétuo
Agora a segunda fase da operação, conta com 13 mandados de busca e apreensão expedidos. A PF informou que as ordens judiciais foram expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba, e preveem bloqueio de imóveis, indisponibilidade de quotas sociais de empresa e a apreensão de valores e de veículos de alto valor.
Ainda, a investigação revelou que os indiciados na operação Fidúcia, deflagrada em 2015, passaram a usar laranjas para ocultar o patrimônio ilícito e evitar bloqueios judiciais.
A PF concluiu que novos participantes já foram identificados. Os crimes incluem lavagem de capitais, associação criminosa e organização criminosa. Esses delitos podem levar a penas de até 18 anos de prisão.