A Arábia Saudita está intensificando seus laços econômicos com a América Latina, com o Brasil emergindo como um parceiro crucial em seu ambicioso plano de investimentos. Sob a Visão 2030, iniciativa liderada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o reino saudita busca diversificar sua economia e reduzir a dependência histórica do petróleo.
Nos últimos anos, as exportações sauditas para a América Latina aumentaram significativamente, atingindo US$4,5 bilhões em 2023, um crescimento de quase 39% desde 2019. O Brasil, como maior parceiro comercial da Arábia Saudita na região, viu suas exportações atingirem níveis recordes, destacando-se especialmente em alimentos halal e commodities agrícolas.
Além do comércio, os sauditas estão investindo pesadamente em setores estratégicos na região. Um exemplo marcante é o compromisso de US$2,5 bilhões para o desenvolvimento dos países caribenhos, demonstrando uma expansão regional significativa. A Aramco, gigante petrolífera saudita, também adquiriu distribuidoras de combustíveis no Chile, visando expandir sua presença comercial.
O Brasil não é apenas um destino de exportação para os sauditas, mas também um parceiro em potencial para investimentos mútuos. Em visitas diplomáticas recentes, autoridades sauditas expressaram o desejo de fortalecer laços não apenas econômicos, mas também políticos e tecnológicos. Empresas brasileiras importantes, como a Vale e a Embraer, já estão envolvidas em acordos significativos com investidores sauditas.
A estratégia saudita não se limita apenas a interesses econômicos. Aproximando-se de países não alinhados com o bloco ocidental, Riad busca apoio diplomático em fóruns internacionais, utilizando sua influência para impulsionar candidaturas e iniciativas globais.
Apesar dos desafios culturais e geográficos, o vínculo entre a Arábia Saudita e o Brasil representa uma promissora oportunidade de cooperação bilateral. Com a América Latina possuindo recursos naturais estratégicos e a Arábia Saudita buscando diversificar suas fontes de energia e desenvolver novas indústrias, o futuro da relação parece promissor.