Por que a Ricardo Eletro teve falência confirmada?
A Ricardo Eletro, rede varejista de eletrodomésticos fundada em 1989 por Ricardo Nunes, teve a falência decretada na última quinta-feira. No entanto, a decisão foi suspensa no dia seguinte pelo desembargador Maurício Pessoa, da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São Paulo, criando incertezas para os credores da empresa.
A Ricardo Eletro, uma das maiores redes de varejo do Brasil, chegou a contar com mais de mil lojas em todo o país. As dificuldades financeiras começaram a surgir em 2015, agravadas pela acusação de sonegação de impostos contra Ricardo Nunes, que foi preso em julho de 2020. Desde 2019, Nunes não está mais à frente da empresa, tendo vendido sua participação para Pedro Bianchi, atual presidente da Máquina de Vendas.
Recuperação Judicial e Dívidas da Ricardo Eletro
Em agosto de 2020, o grupo Ricardo Eletro solicitou recuperação judicial devido a uma dívida superior a R$ 4 bilhões. Na época, 300 lojas físicas foram fechadas, resultando na demissão de 3.600 funcionários. O plano de recuperação foi aprovado por 75% dos credores em assembleia, mas ainda não foi homologado pela Justiça. Atualmente, a empresa enfrenta contestações de 17 credores, mas nenhum deles solicitou a falência.
O desembargador Maurício Pessoa suspendeu a falência da Ricardo Eletro, destacando a importância de continuar o processo de recuperação judicial para evitar danos irreversíveis à empresa. Ele afirmou que “a manutenção da quebra poderá gerar danos irreversíveis” e que o processo de recuperação deve seguir adiante.
Planejamento Futuro da Ricardo Eletro
Pedro Bianchi, presidente da Máquina de Vendas, comentou sobre a suspensão da falência: “Conseguimos reverter a decisão, especialmente pelo risco de dano à empresa. Seguimos firmes no nosso objetivo e no nosso plano, nada muda.”
Atualmente, a Ricardo Eletro opera apenas como e-commerce, com um portfólio limitado de produtos. A Máquina de Vendas planeja relançar as operações da marca em 2023, com nova logomarca e campanha, apostando no avanço via marketplace e mirando o retorno ao varejo físico.