Mudança nas regras acelera adesão de investidores por taxas fixas e carteiras administradas
Entre as atualizações mais recentes implementadas pela CVM no mercado de assessoria de investimentos, previstas na resolução 179, que entrará em vigor em novembro deste ano, está a transparência para o modelo de remuneração empregado pelos escritórios. Na Manchester, a adesão por taxas fixas mensais pagas por seus serviços já acontecia antes das mudanças na regulamentação, mas se aceleraram a partir do último ano.
A empresa, que conta com R$ 16 bilhões sob assessoria e é ligada à XP, possui cerca de 650 investidores atendidos pelo modelo de fee fixo, pagos mensalmente. Além disto, criou um modelo de negócios para clientes acima de R$ 5 milhões disponíveis para investir: as carteiras administradas, que ficam sob responsabilidade da Prinz Capital, gestora ligada ao mesmo grupo da Manchester.
Até o final de 2025, a expectativa é superar a marca de R$ 1 bilhão assessorados aos moldes da remuneração fixa ou por meio das carteiras administradas, com mais de dois mil clientes atendidos sem taxas de rebate.
O modelo de comissionamento utilizado pela maioria do mercado destina às assessorias uma porcentagem das aplicações feitas pelos clientes em produtos financeiros das corretoras, como ações de empresas ou fundos de investimentos. A porcentagem de rebate de cada produto é diferente e não havia obrigatoriedade de os escritórios detalharem seus valores a cada operação que assessorava.
Segundo Rodrigo Macarenco, sócio responsável pela área de wealth planning da Manchester Investimentos, a assessoria já havia adotado protocolos de atendimento que davam visibilidade às taxas de rebate, mas a partir do ano passado também passou a oferecer o fee fixo. A modalidade engrenou rápido, e clientes passaram a demandar ainda mais customização em seus atendimentos.
“Investidores com patrimônio já consolidado buscavam profissionalizar a gestão de seus ativos. Foi então que criamos as carteiras administradas, nas quais o cliente paga uma taxa fixa para os gestores identificarem as oportunidades mais adequadas para o perfil de cada investidor. Este modelo deve ganhar cada vez mais tração, porque os investidores estão cada vez mais maduros, em busca de uma equipe qualificada para assessorá-lo, e com a clareza de que há o comprometimento em entregar retorno, sem dubiedade na forma de remuneração”, explica Macarenco.