Estudo indica suspeito de estar deixando a rotação da Terra mais lenta
A rotação da Terra está desacelerando, resultando em dias cada vez mais longos, e um novo estudo aponta para um novo suspeito: as alterações climáticas. Embora a interação gravitacional com a Lua tenha sido identificada como a principal causa do alongamento dos dias ao longo dos milênios, a recente redistribuição de água devido ao derretimento das camadas de gelo está agora ganhando destaque.
Pesquisadores revelaram que o derretimento dos polos está deslocando grandes massas de água para latitudes mais baixas, próximas da Linha do Equador. Esta redistribuição afeta o momento angular da Terra, forçando uma mudança na velocidade de rotação para manter o equilíbrio. Observações combinadas com reconstruções de variações na massa terrestre indicam que, no século XX, a duração do dia aumentava entre 0,3 e 1 milissegundo por século. Atualmente, no século XXI, esse ritmo acelerou para cerca de 1,33 milissegundos por século, podendo chegar a 2,62 milissegundos por século até 2100.
Embora mudanças na duração do dia sejam praticamente imperceptíveis para os seres humanos, elas têm impacto significativo em sistemas digitais que dependem de alta precisão, como o GPS. Para compensar essas variações, são introduzidos segundos bissextos, ajustes que se tornam mais frequentes com o aumento da desaceleração.
O estudo, publicado na *Proceedings of the National Academy of Sciences* (PNAS), utilizou redes neurais fisicamente informadas, uma ferramenta de inteligência artificial que aplica leis físicas em algoritmos. Além disso, um segundo estudo na *Nature Geoscience* sugere que o eixo de rotação da Terra está mudando levemente devido às alterações na distribuição da massa terrestre, o que pode também afetar o posicionamento dos polos geográficos.
Essas descobertas ressaltam a complexidade das interações entre mudanças climáticas e a dinâmica planetária, ampliando nossa compreensão sobre como o clima pode influenciar a rotação da Terra.