O estado de São Paulo pode enfrentar um aumento de temperatura de até 6ºC até 2050, segundo um estudo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e do Instituto Geológico. Além disso, as ondas de calor podem durar mais de 150 dias consecutivos em algumas regiões.
O estudo, realizado em 2020 e divulgado recentemente pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), alerta para a necessidade de medidas urgentes para mitigar os impactos do aquecimento global.
Os pesquisadores consideraram dois cenários: um otimista, com redução das emissões de gases de efeito estufa, reflorestamento, e políticas climáticas rigorosas; e um pessimista, sem mudanças nas políticas atuais e com expansão do agronegócio e uso de combustíveis fósseis. Em ambos os cenários, há previsão de aquecimento em todas as regiões do estado.
As regiões litorâneas, devido à influência do oceano, devem enfrentar um menor aumento de temperatura, entre 0,5ºC e 1,5ºC. No entanto, a faixa central do estado pode sofrer um aumento de até 6ºC. A faixa noroeste, mais distante do Atlântico, deverá sentir o calor mais intenso. Ondas de calor poderão durar mais de 150 dias em cidades como Ribeirão Preto, enquanto no sul do estado, esses períodos podem chegar a 25 dias.
A APqC critica a falta de atenção do governo estadual aos alertas científicos, apontando a fragilização do sistema paulista de ciência e tecnologia com a extinção de institutos importantes.
Em resposta, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) reafirma seu compromisso com a sustentabilidade ambiental. A pasta menciona o Plano de Ação Climática (PAC) 2050 e o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE-SP), além da criação do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), para enfrentar as mudanças climáticas de maneira integrada.