Substituto do petróleo é capaz de transformar o Brasil nos próximos anos
Nos últimos 300 anos, testemunhamos um incrível avanço no desenvolvimento econômico, impulsionado por fontes de energia que fornecem recursos cada vez mais abundantes para a industrialização, automação e evolução tecnológica. As duas primeiras revoluções industriais, baseadas principalmente no carvão e no petróleo, transformaram a forma como a sociedade opera, mas também criaram uma forte dependência dessas fontes energéticas.
Na histórica Conferência de Estocolmo, em 1972, representantes mundiais discutiram o impacto do uso intensivo de recursos naturais no planeta. Desde então, a responsabilidade ambiental ganhou importância crescente nas agendas governamentais. No século XXI, a maior parte da energia consumida ainda vem de combustíveis fósseis, o que coloca um desafio significativo em termos de sustentabilidade.
Como a Transição Energética Pode Alavancar o Hidrogênio?
Com a crescente preocupação ambiental, a evolução tecnológica busca se alinhar com soluções sustentáveis. A aposta mais recente é a transição energética, combinando fontes de energia renovável com o uso de hidrogênio como vetor energético. O hidrogênio, um elemento familiar das aulas de química, reaparece como um componente essencial em estratégias de energia limpa.
Quais os Métodos de Produção do Hidrogênio?
A produção de hidrogênio pode ocorrer de várias formas. A reforma do gás natural é a opção mais econômica, mas vem acompanhada de emissões poluentes significativas. Já a eletrólise, separação de hidrogênio e oxigênio pela aplicação de energia elétrica na água, surge como uma alternativa limpa, principalmente quando a eletricidade é proveniente de fontes renováveis.
O Decisivo Papel do Hidrogênio na Industrialização
Hoje, o hidrogênio é crucial na fabricação de fertilizantes e no refino de petróleo. Contudo, a busca por métodos mais limpos de produção está crescendo. A eletrólise, ainda mais cara do que a produção a partir de gás natural, oferece uma solução sustentável, fundamental para atender às exigências ambientais e mitigar as mudanças climáticas.
Como a Utilização do Hidrogênio Está Evoluindo?
A popularidade do hidrogênio recebeu um impulso com o conflito entre Rússia e Ucrânia, pois a Europa busca reduzir a dependência de combustíveis russos, sem comprometer suas metas de descarbonização. Essa crise acelerou investimentos em hidrogênio limpo e renovável, como evidenciado pelos financiamentos da Comissão Europeia e iniciativas dos Estados Unidos.
As Iniciativas de Incentivo nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o Infrastructure Investment and Jobs Act – IIJA e o Inflation Reduction Act – IRA destinaram US$ 370 bilhões a projetos de energia limpa, incluindo hidrogênio de baixo carbono. Tais investimentos são essencialmente voltados para hidrogênio limpo, contrastando com a pegada de carbono elevada da produção tradicional via gás natural.
Hidrogênio no Brasil: Um Futuro Promissor?
O Brasil também está trilhando um caminho promissor no cenário do hidrogênio. Diversas resoluções, como a CNPE 2/2021 e a CNPE 6/2022, priorizam o hidrogênio em estratégias de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Projetos de lei no Congresso Nacional, como o PL 725/22, buscam regulamentar e consolidar o hidrogênio como uma parte vital da matriz energética nacional.
Esforços Nacionais em Pesquisa e Desenvolvimento
Centros de pesquisa e universidades brasileiras vêm estudando o hidrogênio há décadas. Projetos piloto estão surgindo em várias regiões, especialmente no Nordeste, onde há um foco na viabilidade econômica e ambiental. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) já deu passos importantes ao lançar uma certificação para a produção de hidrogênio, fomentando a indústria nacional.
O Potencial Exportador do Brasil
Enquanto países como Japão e nações europeias indicam uma alta demanda por hidrogênio de baixo carbono, o Brasil se posiciona como um exportador potencial. A distância e os custos de transporte são desafios, mas o desenvolvimento de soluções logísticas eficientes pode fazer do Brasil um fornecedor crucial nesse mercado.