Jair Bolsonaro não quer nem saber e investe na fabricação de armas
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, irá investir em uma empresa que pesquisa, explora e vende produtos feitos à base de grafeno. De acordo com informações apuradas pela revista Veja, entre os sócios da empresa estão o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um assessor de gabinete, e dois empresários, um de Brasília e outro do Rio Grande do Sul. O foco do empreendimento inclui a fabricação de capacetes, acessórios para motocicletas e, principalmente, armas feitas com o material revolucionário.
O grafeno é conhecido por suas propriedades excepcionais: trezentas vezes mais forte que o aço, mais duro que o diamante, além de ser resistente, leve e flexível. Segundo pesquisadores, esse material tem potencial para transformar diversas indústrias, incluindo a aeronáutica e a automotiva. Bolsonaro, durante seu mandato, destacou o grafeno como o “ouro do futuro” e incentivou estudos sobre seu uso.
A Bravo foi criada logo após uma visita de Flávio Bolsonaro à Universidade de Caxias do Sul (UCS), onde conheceu a UCSGraphene, a primeira planta de produção de grafeno da América Latina. A empresa já iniciou uma parceria com a UCSGraphene, mas detalhes do acordo permanecem em segredo devido a cláusulas de confidencialidade.
Os sócios da Bravo incluem Pedro Luiz Dias Leite, ex-proprietário de uma agência de automóveis e atual dono de duas empresas de tecnologia da informação, e Maichel Chisté, um gestor com experiência em processos de produção e um histórico controverso de disparo de arma de fogo. Outro sócio é Fernando Nascimento Pessoa, assessor de longa data da família Bolsonaro, que foi investigado por suspeita de envolvimento na prática de rachadinha.
Apesar da curiosidade pública, os envolvidos têm se mantido discretos. Jair Bolsonaro e os demais sócios não responderam aos questionamentos da revista Veja sobre o novo empreendimento. Segundo a publicação, além da confiança no potencial do grafeno, os sócios seguem à risca o provérbio de que “o segredo é a alma do negócio”.