Mineradora Australiana investe no Brasil e compra minas de nióbio em MG
A mineradora australiana St. George Mining anunciou a fatídica aquisição de 100% do ativo Araxá, um projeto ambicioso de mina e planta de extração de nióbio e terras-raras em Minas Gerais, Brasil. Essa transação coloca nas mãos de investidores estrangeiros a extração de recursos minerais valiosos, deixando o país e a região mineira com poucos benefícios econômicos ou sociais provenientes dessas operações.
Experientes especialistas brasileiros defendem mudanças urgentes na legislação mineral do Brasil. O objetivo é garantir que as rendas geradas pela exploração dos recursos naturais sejam revertidas em ganhos significativos para o Estado e seus cidadãos. Eles acreditam que é necessário aumentar os royalties pagos ao governo e incentivar o processamento dos minerais no próprio país.
Qual é o Projeto Araxá e Sua Importância?
O ativo Araxá, anteriormente propriedade da americana Itafos Inc., produtora de fosfato e fertilizantes especiais, está localizado em uma das regiões mais ricas em nióbio do mundo. Adjacentemente, encontramos a operação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), responsável por cerca de 80% da produção global de nióbio.
Esse projeto não só explora nióbio, mas também terras-raras, minerais estratégicos e altamente valorizados no mercado global. O nióbio é essencial para fortalecer o aço, usado na produção de aeronaves e veículos. As terras-raras, encontradas nos rejeitos do nióbio, são fundamentais para a fabricação de superímãs utilizados em turbinas eólicas e outros equipamentos de energia renovável.
Quem é a St. George Mining?
A St. George Mining é uma mineradora australiana que viu uma oportunidade e tanto ao adquirir o projeto Araxá. John Prineas, presidente executivo da empresa, expressou entusiasmo com as possibilidades que a aquisição traz. Ele destacou que o potencial do terreno é imenso, dado que menos de 10% da área de concessão de 226 hectares foi perfurada até o momento.
Estamos Aproveitando Bem Nossos Recursos Minerais?
Especialistas brasileiros e instituições de pesquisa destacam que o Brasil ainda não produz superímãs industrialmente. O IPT da USP tem conhecimento técnico para a produção dos superímãs, mas carece de infraestrutura industrial capaz de produzir esses itens em larga escala.
João Batista Ferreira Neto, do Laboratório de Processos Metalúrgicos do IPT, explica que a produção de superímãs envolve várias etapas de processamento de minerais. Apesar de alguns avanços da CBMM, como a concentração e separação do óxido de didímio, ainda falta o desenvolvimento de tecnologias para a obtenção da liga necessária para os ímãs.
Quais São os Próximos Passos Para a Exploração em Araxá?
Com a aquisição oficializada, a St. George planeja investir em perfurações adicionais para explorar o potencial ainda não descoberto do local. A empresa destaca o potencial para encontrar não só nióbio e terras-raras, mas também fosfato, um recurso vital para a produção de fertilizantes.