Quem inventou o horário de verão e ele realmente vai voltar a ser utilizado?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve tomar uma decisão nos próximos dias sobre a possível retomada do horário de verão no Brasil. A medida está em pauta devido à seca severa que atinge o país e à previsão de altas temperaturas nos próximos meses. A combinação desses fatores afeta diretamente os níveis dos reservatórios hidrelétricos, a principal fonte de energia elétrica do Brasil, e aumenta o consumo de eletricidade, especialmente com o uso intensivo de aparelhos como o ar-condicionado.
O horário de verão foi extinto em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, sob o argumento de que a economia gerada era insignificante. Agora, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) estão realizando um estudo sobre os possíveis benefícios da medida no cenário atual. A palavra final sobre a volta do horário de verão caberá a Lula.
A origem do horário de verão
A ideia de adiantar os relógios no verão surgiu em 1905, quando o britânico William Willett, um construtor apaixonado por atividades ao ar livre, percebeu que muitas casas mantinham as cortinas fechadas durante a manhã, desperdiçando a luz natural. Em 1907, Willett publicou um panfleto intitulado Waste of Daylight, propondo que os relógios fossem ajustados em 20 minutos, quatro vezes, ao longo de abril, e depois voltassem ao horário normal em setembro.
Embora a proposta de Willett enfrentasse resistência inicial, foi adotada no Reino Unido em 1916, um ano após sua morte, devido à escassez de carvão durante a Primeira Guerra Mundial. A Alemanha foi a primeira a implementar o horário de verão, seguida pelo Reino Unido, Estados Unidos e diversos outros países.
Controvérsias e impactos
O horário de verão é tema de debate em vários países. Seus defensores argumentam que ele ajuda a economizar energia, reduzir acidentes de trânsito e melhorar a qualidade de vida. No entanto, críticos apontam problemas como o impacto negativo nas rotinas de trabalhadores que começam cedo e em setores como a agricultura. Estudos recentes também sugerem que a mudança de horário pode afetar a saúde, perturbando os ritmos circadianos.
No Brasil, o horário de verão foi adotado pela primeira vez em 1931, mas teve sua prática interrompida diversas vezes, até ser cancelado em 2019. Agora, com o novo cenário de escassez de água e alta demanda energética, o governo estuda a possibilidade de trazer a medida de volta, reacendendo o debate sobre seus prós e contras.