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Golpe do falso advogado cobrava taxas para dar andamento a processos

Um homem foi preso nesta quarta-feira (30) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, acusado de se passar por advogado e aplicar golpes financeiros contra vítimas que confiavam na promessa de andamento em seus processos. A Polícia Civil realizou a prisão em flagrante após uma vítima denunciar o esquema e marcar um encontro com o suspeito em um shopping da cidade, onde ele foi abordado por agentes e detido.

Segundo as investigações, o falso advogado solicitava quantias expressivas para supostamente agilizar procedimentos judiciais, levando as vítimas a acreditarem que o pagamento das “taxas” era necessário. Em um dos casos, uma pessoa chegou a perder cerca de R$ 600 mil. O golpe seguia um padrão comum: a vítima era abordada pelo suspeito e induzida a fazer novas transferências, até perceber que não havia qualquer progresso real em seus processos.

Durante o flagrante, os policiais encontraram um revólver com numeração raspada no veículo do suspeito, configurando também a posse ilegal de arma de fogo. Além do estelionato, o homem responderá por essa violação. A Polícia Civil suspeita que o golpe possa ter feito ainda mais vítimas, dada a quantidade de denúncias de crimes semelhantes atribuídas ao homem, que já responde a processos por estelionato.

Em São Paulo, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) também emitiu um alerta sobre o crescimento desse tipo de golpe, especialmente entre pessoas que aguardam por precatórios e ações trabalhistas. A entidade relatou mais de cem casos em menos de um mês, identificando que golpistas têm acessado informações públicas dos processos e abordado os clientes, exigindo valores sob a justificativa de taxas judiciais. O vice-presidente da OAB-SP ressaltou a importância de os advogados orientarem seus clientes a não realizar pagamentos por WhatsApp ou Pix, alertando ainda que a recuperação do valor desviado é improvável.

Esse esquema tem feito vítimas especialmente vulneráveis, que, devido à longa espera por soluções judiciais, acabam sendo persuadidas a enviar o valor solicitado. A OAB recomenda cautela e reforça a necessidade de confirmação direta com o advogado responsável antes de qualquer pagamento.

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