Selic 11,25%: Quais fundos vale a pena investir?
A nova alta da taxa Selic para 11,25%, anunciada pelo Banco Central na quarta-feira (6), amplia as oportunidades de retorno em fundos de renda fixa e gera cautela em ações e multimercados. A decisão marca a segunda elevação consecutiva, impactando a escolha de investidores e reforçando a preferência por ativos mais estáveis.
Especialistas observam que o aumento, embora moderado, impulsiona ainda mais os títulos pós-fixados indexados ao CDI, considerados menos arriscados em um cenário de juros altos. Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, recomenda evitar fundos atrelados à inflação, que apresentam maior volatilidade. Já para quem busca rentabilidade acima da Selic, os fundos de debêntures incentivadas surgem como destaque, oferecendo retornos entre 14% e 17% ao ano.
Por outro lado, o cenário para os fundos de ações é desafiador. Segundo um levantamento da XP, 52% dos gestores mantêm posição neutra na Bolsa brasileira, avaliando que, embora os fundamentos das empresas estejam sólidos, o ambiente econômico e a atratividade da renda fixa dificultam o crescimento. A recomendação é optar por setores defensivos, como energia elétrica, saneamento e telecomunicações, que oferecem previsibilidade e dividendos robustos.
Para quem deseja diversificação em renda variável, os fundos multimercados ainda são uma opção, especialmente para o longo prazo. Alexandre Costa, analista da Empiricus Research, explica que esses fundos permitem maior flexibilidade, com estratégias que incluem posições em juros, inflação, ações, commodities e câmbio. A classe sofreu com resgates recentes, mas a experiência dos gestores tem fortalecido as estratégias, ampliando o potencial de retorno.
Com a Selic elevada, a renda fixa se consolida como a preferência entre investidores, enquanto fundos de ações e multimercados exigem maior cautela, mas podem agregar valor em uma carteira diversificada para o longo prazo.