O Brasil registrou em 2022 o maior aumento nos investimentos públicos em educação dos últimos dez anos. No total, foram R$ 490 bilhões aplicados, representando um crescimento de 23% em relação a 2021. Esse avanço é significativo, considerando que desde 2013 o investimento anual na educação básica crescia em média até 2% ao ano, segundo o Anuário Brasileiro da Educação Básica, lançado pelo programa Todos Pela Educação.
Grande parte desse valor foi destinada à educação básica, que abrange educação infantil, ensino fundamental e médio, totalizando 73,8% dos recursos. Este segmento recebeu R$ 361 bilhões do montante investido em 2022. No entanto, apesar do aumento expressivo, o gasto médio por aluno no Brasil, cerca de US$ 3,5 mil ao ano, ainda está abaixo da média de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de US$ 10,9 mil.
O aumento do investimento é impulsionado pelo Novo Fundeb, mecanismo que recebe repasses da União e de estados e municípios. Segundo Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, o crescimento é resultado também de uma maior arrecadação de impostos. A legislação exige que estados e municípios destinem ao menos 25% da receita tributária à educação, ampliando os recursos disponíveis conforme a arrecadação cresce.
Ainda que o financiamento educacional tenha avançado, o Brasil enfrenta desafios em termos de gestão e aplicação eficiente dos recursos. Para Gontijo, é essencial que esses investimentos se traduzam em políticas que ampliem o acesso e melhorem a qualidade da educação. O país, segundo ele, está em uma trajetória de evolução, mas ainda longe dos padrões de países desenvolvidos.