É o fim do Google Chrome? Justiça dos EUA quer a separação da empresa do navegador
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos recomendou a venda do navegador Chrome pelo Google, alegando práticas anticompetitivas. A proposta busca reduzir o monopólio da empresa no setor de buscas, que domina 90% do mercado global e 94% no segmento móvel, segundo o StatCounter.
O Chrome, utilizado por milhões de pessoas no mundo, é peça central para os lucros do Google, permitindo segmentação de anúncios com base em dados dos usuários. A medida inclui também restrições ao sistema Android para evitar que ele favoreça o mecanismo de busca da empresa. Caso má conduta continue sendo detectada, o Google poderá ser obrigado a vender o sistema operacional.
Em agosto, o juiz federal Amit Mehta classificou o Google como monopolista e solicitou soluções para corrigir essas práticas. A decisão final está prevista para 1º de maio de 2025, após audiências em abril. Se a recomendação for aprovada, a empresa terá seis meses para se desfazer do navegador, embora seja esperado que ela recorra, prolongando o processo.
O diretor jurídico do Google, Kent Walker, criticou a medida como “excessiva” e afirmou que ela pode comprometer a privacidade dos usuários e a liderança da empresa em inteligência artificial.
A mudança no governo, com a posse de Donald Trump, pode influenciar o caso. Trump já expressou preocupações sobre o impacto de uma possível cisão, mas não descartou outras penalidades.
Enquanto isso, concorrentes como o DuckDuckGo apoiaram a iniciativa, classificando o Google como um monopolista evidente. O desfecho do caso pode marcar uma reviravolta na forma como gigantes da tecnologia são regulados nos Estados Unidos.