Uma revisão recente nos cadastros do Bolsa Família revelou que cerca de 4,7 milhões de beneficiários estão em condição irregular, nos cadastros do programa. O Tribunal de Contas da União foi o responsável pela análise, identificando problemas como endereços incorretos, inconsistências na renda e na composição familiar.
Se confirmada as fraudes, elas representam um prejuízo estimado em até R$34 bilhões aos cofres públicos, caso as irregularidades não fossem corrigidas. O cancelamento dos benefícios é justificado por algumas razões, como ausência de movimentação dos recursos, informações desatualizadas, prestação de dados incorretos e renda superior à declarada.
O foco do pente-fino recaiu, sobretudo, sobre as famílias unipessoais, compostas por apenas uma pessoa. Os sistemas indicaram que muitos desses indivíduos possuíam uma renda superior ao limite permitido, estabelecido em R$218 por pessoa. Isso não apenas resultou no cancelamento do Bolsa Família para esses grupos, mas também os excluiu de outros programas sociais associados ao CadÚnico.
A obrigatoriedade da atualização cadastral a cada dois anos ou sempre que houver mudança na composição familiar é fundamental para a manutenção do benefício. O descumprimento dessa exigência pode levar ao desligamento automático do programa.
Para identificar possíveis má-fés nos dados fornecidos, o governo realiza um cruzamento minucioso entre as informações do CadÚnico e outras bases de dados governamentais. Se for constatada qualquer irregularidade intencional na prestação de informações, o grupo é excluído do programa, buscando garantir a correta destinação dos recursos e a efetividade do Bolsa Família para quem realmente necessita.