Quase oito milhões de famílias de baixa renda no Brasil estão deixando de aproveitar um importante benefício: a Tarifa Social de Energia Elétrica. Apesar dos descontos oferecidos, muitos ainda não estão cientes dessa oportunidade.
Dos 24,9 milhões de famílias aptas para receber o benefício, apenas 17,05 milhões estão usufruindo do desconto, revelam dados recentes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essa diferença representa uma lacuna significativa que poderia aliviar os custos mensais dessas famílias.
Criada em 2002, a Tarifa Social é destinada a famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa, ou aquelas com renda de até três salários mínimos que tenham pessoas com deficiência ou idosos acima de 65 anos que recebam o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Apesar de sua longa existência, muitas famílias ainda não aproveitam esse benefício. Uma das razões pode ser a falta de informação. A Tarifa Social é concedida automaticamente às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), mas também pode ser solicitada nos Centros de Referência em Assistência Social (Cras).
Os descontos oferecidos podem variar de 65% a 100% na conta de luz para famílias de baixa renda e até 40% para famílias indígenas e quilombolas cadastradas no Cadastro Único. Essa economia pode representar um alívio financeiro significativo para essas famílias, especialmente em tempos de dificuldades econômicas.
Embora alguns estados, como Ceará, Paraíba e Alagoas, apresentem uma utilização significativa da Tarifa Social, outros, como Amazonas, Distrito Federal e Santa Catarina, têm uma adesão consideravelmente menor. Isso ressalta a importância de campanhas de conscientização para garantir que todas as famílias elegíveis possam se beneficiar desse programa governamental.