Ter muito dinheiro significa ter conhecimento e planejamento financeiro? Pesquisa aponta

Uma recente pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revelou um paradoxo entre conhecimento financeiro e prática entre os brasileiros de alta renda. A pesquisa, intitulada “Itaú Personnalité: Brasileiros e a alta renda”, mostra que, embora 89% dos entrevistados tenham reservas para gastos imediatos e de longo prazo, apenas 20% se situam no patamar considerado de alto planejamento financeiro.

O estudo, que ouviu mais de 1.000 pessoas com renda individual mensal a partir de R$ 10 mil, aponta que mesmo entre aqueles que se consideram especialistas em finanças, 41% ainda mantêm investimentos na poupança. Esse comportamento reflete uma lacuna entre o conhecimento teórico e a aplicação prática na gestão financeira.

Além disso, a pesquisa destaca que os brasileiros de alta renda vivem um paradoxo em relação ao dinheiro. Enquanto 80% deles se dizem otimistas com sua situação financeira, há um grande temor de perder renda ou patrimônio, principalmente em crises econômicas (68%), golpes na internet (71%) e investimentos equivocados (59%).

Outro ponto interessante é a questão de gênero. As mulheres demonstraram maior interesse em aprender sobre investimentos, representando 43% do total feminino contra 34% do masculino. Porém, ambos os gêneros compartilham a dificuldade de conversar sobre dinheiro com companheiros ou familiares, o que ainda gera desconforto e estresse para metade das pessoas entrevistadas.

Apesar do alto nível de conhecimento em finanças, os entrevistados optam por investimentos conservadores, como renda fixa (51%) e poupança (39%), devido ao medo de errar nos investimentos. Evidencia-se, assim, uma busca por segurança financeira em detrimento de maior rentabilidade.

Esses resultados apontam para a necessidade de uma maior disseminação de educação financeira e uma melhor integração entre o conhecimento teórico e a prática na gestão financeira, especialmente entre os brasileiros de alta renda, que representam uma parcela significativa da economia do país.