A Eneva, empresa de energia criada em 2001 por Eike Batista, está prestes a entrar em um dos maiores negócios do setor energético brasileiro. Atualmente em negociações com a Vibra, dona dos postos BR, a potencial fusão entre as duas empresas pode criar uma gigante do setor, com valor de mercado estimado em R$50 bilhões.
Se confirmada, a fusão colocará a nova empresa como a terceira maior do segmento de energia no Brasil, atrás apenas da Petrobras e da Eletrobras. A proposta atual prevê participação dividida igualmente entre acionistas da Eneva e da Vibra, com 50% para cada empresa no novo negócio.
A Eneva começou como MPX, uma das muitas empresas do Império X de Eike Batista. Durante sua trajetória, a companhia enfrentou desafios financeiros significativos, culminando em recuperação judicial em 2014. Porém, após uma série de mudanças, que incluíram a saída de Eike Batista da liderança e um aumento de capital de R$3,65 bilhões, a empresa conseguiu se reerguer.
Desde então, a Eneva passou por um processo de diversificação, ampliando suas operações para incluir usinas a gás e, mais recentemente, energia solar. Essa reestruturação e a capitalização adicional, resultante de três ofertas subsequentes de ações, aumentaram seu valor de mercado para mais de R$20 bilhões, tornando possível a negociação da fusão com a Vibra.
Apesar do avanço nas negociações, há desafios à frente. A Vibra, por exemplo, começou esta segunda-feira, 27, com um valor de mercado 25% maior do que o da Eneva, o que pode afetar as condições da proposta de fusão. Analistas como Ruy Hungria, da Empiricus Research, indicam que a Vibra pode recusar a proposta inicial, abrindo espaço para novas negociações.
Independentemente do desfecho das negociações, a Eneva demonstra uma grande capacidade de crescimento, com novos projetos entrando em operação. Mesmo longe de seu fundador, Eike Batista, a empresa continua com planos ambiciosos para o futuro.