Pescadores artesanais de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, estão enfrentando dificuldades na captura de tainhas este ano, e eles culpam o alargamento da orla da Praia Central pela escassez. Segundo eles, o aumento da área de areia estaria formando bancos que prendem suas redes, dificultando o trabalho e fazendo com que os peixes escapem.
Laercio Demetrio, um dos pescadores locais, destaca que a pesca noturna, quando há menos embarcações na água, tem sido mais produtiva. Ele também lamenta a falta de ação por parte das autoridades, apesar de várias reuniões com a prefeitura.
Porém, o ponto de vista de especialistas em oceanografia traz uma perspectiva diferente. Paulo Ricardo Schwingel explica que é difícil estabelecer uma relação direta entre o alargamento da orla e a falta de tainhas. Ele aponta que fatores como ventos e frentes frias também influenciam na migração dos peixes.
Schwingel também menciona a possibilidade de que a poluição do rio Camboriú esteja afetando a qualidade da água, afastando os cardumes. Ele ressalta a importância da preservação ambiental para garantir a atividade pesqueira e o turismo local.
Diante das alegações dos pescadores, a Secretaria do Meio Ambiente de Balneário Camboriú nega que haja fundamento na conexão entre o alargamento da orla e a escassez de tainhas. Citando os planos de acompanhamento da empresa contratada para o licenciamento ambiental da obra, eles afirmam que não há correlação entre os dois eventos.