Alta do dólar também é registrada em outros 84 países
Recentemente, um levantamento realizado pela Austin Rating, comparou 118 moedas do mundo todo e revelou que a desvalorização em relação ao dólar é uma tendência global. Entre as moedas analisadas, 84 estão perdendo o valor ante a moeda americana. O real brasileiro é um exemplo de destaque negativo, ocupando a quinta posição entre as moedas que mais se desvalorizaram em 2024.
Segundo os dados da Austin Rating, considerando a Ptax de 3 de julho, a lista das moedas mais desvalorizadas é liderada pelo naira nigeriano, com uma queda de 42,6%, seguido pela libra egípcia (-35,8%), libra sudanesa (-29,9%), cedi de Gana (-21,9%) e real brasileiro (-13,3%). Outras moedas notáveis na lista incluem o iene japonês (-12,4%) e o peso argentino (-11,7%).
Dólar comercial em queda
Na quarta-feira (3), o dólar comercial estava em queda e a Bolsa de Valores de São Paulo registrava alta. “Sinais de desaceleração no mercado de trabalho nos Estados Unidos enfraquecem a moeda americana globalmente no dia de hoje”, afirmou Sérgio Brotto, cofundador e diretor executivo da Dascam Corretora de Câmbio.
Além disso, uma reunião entre o ministro da economia, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre questões fiscais ajudou a cotação do dólar a cair 1,90%, chegando a R$ 5,55, enquanto a Bolsa subia 1,23%, alcançando 126.186,73 pontos.
Dólar continua crescendo
Apesar da queda recente, no acumulado do ano, o dólar já se valorizou 17,07% em relação ao real, de acordo com a consultoria Elos Ayta. O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, explica que a valorização do dólar é impulsionada pela inflação global e pelo aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, que atraem investidores para o mercado americano.
Agostini destaca que o Brasil sofre mais que outros países emergentes devido ao cenário de incerteza fiscal e à necessidade de atrair investimentos. “O governo enfrenta dificuldades para cortar gastos e, ao mesmo tempo, precisa aumentar despesas em situações de calamidade, como no Rio Grande do Sul. Isso aumenta o risco e desvaloriza a moeda”, explica.