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Brasil pagou mesmo toda a dívida externa?

O Banco Central do Brasil divulgou recentemente que a dívida externa do país alcançou US$ 355,733 bilhões em março de 2024, um aumento em relação aos US$ 321,342 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior. Desse montante, US$ 265,451 bilhões correspondem à dívida de longo prazo, enquanto US$ 90,282 bilhões são referentes à dívida de curto prazo. Esses números refletem uma tendência crescente na dívida externa brasileira, indicando desafios contínuos para a economia nacional.

A conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 455 milhões em março de 2024, mostrando uma leve melhora em comparação ao déficit de US$ 546 milhões no mesmo mês de 2023. Esse déficit é resultado dos gastos dos brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,046 bilhão, superando os US$ 592 milhões gastos por estrangeiros em viagens ao Brasil. No acumulado do ano, o déficit da conta de viagens foi de US$ 1,313 milhões, uma redução em relação aos US$ 1,526 milhões registrados no mesmo período de 2023.

O investimento estrangeiro em ações brasileiras registrou um saldo negativo de US$ 3,420 bilhões em março de 2024, ampliando-se em relação ao déficit de US$ 3,322 milhões do mesmo mês no ano anterior. Em contrapartida, o investimento líquido em fundos de investimentos no Brasil foi positivo, alcançando US$ 118 milhões, em contraste com o saldo negativo de US$ 348 milhões em março de 2023. Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa foi positivo, atingindo US$ 3,230 bilhões em março de 2024, comparado a US$ 1,715 bilhões no mesmo mês do ano anterior.

A taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior foi de 110% em março de 2024, indicando que as empresas brasileiras conseguiram captar mais do que o necessário para cumprir seus compromissos financeiros. Este resultado representa um aumento significativo em comparação à taxa de 81% registrada em março de 2023. A taxa de rolagem dos títulos de longo prazo foi de 298% em março de 2024, muito acima dos 33% registrados no mesmo mês do ano anterior, enquanto os empréstimos diretos alcançaram uma taxa de rolagem de 103%.

No acumulado do primeiro trimestre de 2024, a taxa de rolagem total foi de 137%, com os títulos de longo prazo atingindo uma taxa de 377% e os empréstimos diretos chegando a 124%. Esses números indicam uma sólida capacidade de renegociação das dívidas por parte das empresas brasileiras, apesar do cenário desafiador. No entanto, a dívida externa crescente e os déficits nas contas de viagens internacionais continuam a representar obstáculos significativos para a economia do Brasil.

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