Brasil pode ser obrigado a comprar petróleo e gasolina ficará mais cara
A exploração petrolífera na Margem Equatorial, região estratégica próxima ao Rio Amazonas, tem sido tema de debate acalorado entre especialistas e autoridades brasileiras.
Sérgio Sacani, durante sua participação no Irmãos Dias Podcast, alertou para as consequências econômicas caso o Brasil não inicie logo a exploração dessas reservas: “É uma das maiores reservas da história, ela é o dobro do pré-sal. Qual é o problema de tudo isso? Todo campo de petróleo tem uma curva de produção, tem o pico e depois começa a cair. O pré-sal vai entrar em depressão em 2027, se a gente não achar nada e começar a produzir vamos ficar com um buraco, ai vai ficar feia a situação, vamos ter que comprar petróleo e o preço pode disparar.”
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, reforçou a urgência de iniciar os trabalhos na região: “Já estamos atrasados. Foram mais de 60 poços perfurados na Guiana para achar o petróleo que eles têm hoje. Não é um trabalho de que perfurou, achou e amanhã está produzindo. Fura para achar o petróleo e depois faz o licenciamento das instalações de produção, que essas, sim, vão extrair petróleo. São uns 6 a 8 anos para começar a produzir.”
A Margem Equatorial, que abrange diversas bacias sedimentares ao longo do litoral norte brasileiro, representa uma das últimas fronteiras exploratórias para o país. Estudos indicam que as reservas potenciais poderiam adicionar significativamente aos atuais estoques nacionais de petróleo. “Ou o Brasil vai para a Margem Equatorial e a bacia de Pelotas, que são as fronteiras que sobraram no offshore e são promissoras”, afirmou Prates, destacando a necessidade estratégica de explorar essas áreas para manter a autonomia energética nacional.
Com a previsão de esgotamento das reservas atuais em 13 a 16 anos, a decisão sobre a exploração na Margem Equatorial ganha ainda mais relevância. “O petróleo continuará sendo necessário pelos próximos 40 anos”, alertou Prates. “Se não explorarmos essas novas fronteiras, corremos o risco de voltar a importar mais do que produzimos, impactando diretamente o preço dos combustíveis no mercado interno”, completou o presidente da Petrobras.
A Petrobras já obteve autorização para iniciar as pesquisas em alguns blocos na região, mas o processo de licenciamento ambiental ainda é um ponto crítico. O potencial econômico e social da exploração é evidente, com estimativas de criação de 326 mil empregos formais nos estados do Norte e Nordeste. Entretanto, a decisão final sobre o ritmo e a extensão da exploração depende das políticas e das aprovações regulatórias do governo brasileiro.
Diante desses desafios e oportunidades, o Brasil se encontra em uma encruzilhada crucial para seu futuro energético. A efetiva exploração da Margem Equatorial não apenas poderia manter a produção de petróleo no país, mas também teria impactos significativos na economia e na segurança energética nacional, influenciando diretamente o custo dos combustíveis e a política energética para as próximas décadas.