Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,5 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de junho de 2024, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Banco Central (BC). Até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,4 bilhões, de um total de R$ 15,9 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
O SVR é um serviço do Banco Central que permite ao cidadão consultar se ele próprio, sua empresa ou uma pessoa falecida têm dinheiro esquecido em algum banco, consórcio ou outra instituição e, se houver, como solicitar o valor. Para acessar recursos de pessoas falecidas, é necessário ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal.
O Que É o Sistema de Valores a Receber?
O Sistema de Valores a Receber, mais conhecido como SVR, foi implementado pelo Banco Central em fevereiro de 2022. Esse sistema permite que os cidadãos descubram se têm montantes esquecidos em várias instituições financeiras, como bancos e consórcios. Até o fim de junho de 2024, o sistema registrou que 21.655.768 correntistas já resgataram valores, enquanto 66.362.955 correntistas estão incluídos na lista.
Entre os que já retiraram valores, 20.146.702 são pessoas físicas e 1.509.066 são pessoas jurídicas. No entanto, muitos ainda não realizaram o resgate: 41.285.530 são pessoas físicas e 3.421.657 são pessoas jurídicas.
Por Que Ainda Existem Recursos Esquecidos?
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque têm direito a pequenas quantias. Conforme relatado pelo Banco Central, os valores a receber de até R$ 10 abrangem 63,1% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,06% dos correntistas. Já as quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 10,04% dos clientes. Apenas 1,8% têm direito a receber mais de R$ 1 mil.
Como Funciona o Resgate no Sistema de Valores a Receber?
O processo de resgate é simples e pode ser realizado de forma totalmente online. O SVR permite que interessados verifiquem os valores esquecidos em:
- Contas-corrente ou poupança encerradas;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
- Tarifas cobradas indevidamente;
- Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente;
- Contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas;
- Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas;
- Outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Como Evitar Golpes Relacionados ao SVR?
O Banco Central alerta os correntistas a terem cuidado com golpes. Estelionatários podem tentar se passar por intermediários para supostos resgates. O Banco Central enfatiza que todos os serviços do SVR são gratuitos, que o órgão não envia links e não entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do SVR pode contatar o cidadão. Além disso, é importante não fornecer senhas a ninguém, já que nenhuma instituição está autorizada a fazer esse tipo de pedido.
O Futuro do Sistema de Valores a Receber
A expectativa é que, com o aumento da conscientização, mais brasileiros realizem o resgate dos valores esquecidos. Em junho de 2024, foram retirados R$ 268 milhões, uma redução em relação ao mês anterior, quando foram resgatados R$ 328 milhões.
Com os esforços contínuos do Banco Central e a adesão crescente dos usuários, espera-se que o montante de R$ 8,5 bilhões não resgatados diminua significativamente nos próximos meses.
Alegria para o bolso e tranquilidade para o coração são benefícios garantidos ao consultar o Sistema de Valores a Receber e resgatar o que é de direito!