O empresário Eike Batista retorna ao cenário energético com um novo papel: o de “garoto propaganda” da cana-de-açúcar transgênica. Em sua apresentação no Energy Summit no Rio de Janeiro, ele destacou o potencial do Brasil para liderar a produção de etanol com a versão geneticamente modificada da planta. Segundo ele, “o Brasil poderia produzir 100 bilhões de litros de etanol substituindo os atuais 5,5 milhões de hectares de cana tradicional pela versão transgênica, que é mais produtiva.”
Batista não confirmou seu envolvimento como investidor no projeto, mas afirmou ser um “catalisador” do mesmo. “Eu sou um ótimo garoto propaganda”, declarou durante o evento. O empresário, que esteve afastado do setor desde os problemas enfrentados pelo grupo EBX, destacou que todos os seus “legados estão de pé”, citando o Porto do Açu e projetos na Bacia do Parnaíba.
Além do etanol, Eike vislumbra outros usos para a cana transgênica, como na produção de SAF (combustível sustentável de aviação), bioplásticos e papel. “Queimar bagaço, que é uma fibra nobre, é como dar caviar para crocodilos”, exemplificou. Ele também discutiu com o governador de São Paulo sobre um projeto estadual para substituir embalagens plásticas por produtos derivados da cana.
O empresário, que enfrentou condenações e prisões relacionadas à Operação Lava Jato, destacou a importância da paciência no desenvolvimento de grandes projetos. Sobre o futuro energético do Brasil, recomendou mais investimentos no setor solar em detrimento das eólicas. “Recomendo todo mundo a olhar mais para o setor solar do que para o eólico”, concluiu.
Eike Batista, conhecido por suas apostas ousadas, parece estar determinado a deixar sua marca novamente no setor energético brasileiro, desta vez como um influente defensor da cana-de-açúcar transgênica e suas múltiplas aplicações sustentáveis.