Engenheiros estão trabalhando para que amortecedores de carros gerem energia
A busca por inovações que contribuam para um futuro mais sustentável nunca esteve tão em voga na indústria automotiva. Uma dessas inovações envolve a transformação de amortecedores, tradicionalmente conhecidos apenas por sua capacidade de absorção de impactos, em potenciais geradores de energia elétrica.
Essa concepção não é algo saído diretamente de ficção científica. Na verdade, os esforços para implementar essa tecnologia já têm algumas décadas. Tudo se baseia na premissa de que os amortecedores, ao deslocarem-se para cima e para baixo enquanto um veículo está em movimento, podem funcionar como uma espécie de dínamo gerador de energia.
Como começou a ideia de gerar energia a partir dos amortecedores?
O princípio por trás dessa tecnologia foi posto em prática pela primeira vez de forma mais notória em 2009, pelo prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Os pesquisadores deste instituto desenvolveram uma suspensão ativa regenerativa chamada GenShock. A proposta do sistema não era apenas facilitar a manutenção do veículo, mas também recuperar energia.
Por que a tecnologia ainda não é comum nos veículos?
Apesar do interesse manifestado por algumas grandes marcas automobilísticas, ainda há barreiras para que esta tecnologia se torne mainstream. Em 2015, a Audi deu um importante passo com o sistema eROT, que oferecia melhor conforto aos passageiros e acumulava energia. No entanto, o foco não era exclusivamente na recuperação de energia, que permanecia como um bônus. Mesmo após aprimoramentos feitos em 2019, a prioridade ainda não era a recuperação energética.
O futuro da geração de energia em amortecedores
O cenário, entretanto, pode estar mudando. Estudos recentes indicam que esses sistemas podem ter um papel mais significativo em veículos a combustão. Um estudo publicado na revista Applied Energy sugere que a energia gerada pelos amortecedores poderia diminuir as emissões de carbono em cerca de cinco gramas por quilômetro, um impacto considerável de acordo com as normativas europeias.
A tecnologia, sendo testada e comprovada, ainda busca seu espaço no mercado automotivo. Com mais pesquisa e desenvolvimento, os amortecedores regenerativos podem vir a desempenhar um papel crucial na redução do impacto ambiental dos veículos, alinhando-se às crescentes demandas por soluções automotivas mais verdes.