Estudo Sugere Aumento do Bolsa Família para Reduzir Desigualdade entre Negros
Um estudo recente levantou a possibilidade de um reajuste no Bolsa Família direcionado especificamente para beneficiários negros, visando diminuir a desigualdade social no Brasil. Atualmente, os beneficiários recebem um mínimo de R$ 600,00 mensais pelo Caixa Tem, porém, a pesquisa aponta que uma revisão nos valores para essa parcela da população poderia ter um impacto significativo na redução das disparidades sociais.
A análise conduzida pela pesquisadora Mayara Amorim, mestre em Direito pela PUC Campinas, revelou que os negros, incluindo pretos e pardos segundo o IBGE, enfrentam um impacto desproporcional da pobreza e extrema pobreza. Com base nos critérios do Banco Mundial, os limites de pobreza estabelecidos em até US$ 5,50 por dia e de extrema pobreza em US$ 1,90 por dia têm um efeito significativo nesse grupo.
A pesquisa ressaltou a importância de entender o perfil das famílias em situação de pobreza, buscando compreender como elas conseguem sobreviver com rendimentos tão baixos. Amorim apontou também para o papel do racismo estrutural, que contribui para ampliar a disparidade de renda entre pessoas pretas e pardas. Especificamente, as mulheres negras são mais suscetíveis à vulnerabilidade social, com dados do IBGE indicando que 63% das residências lideradas por mulheres negras com filhos menores de 14 anos vivem abaixo da linha da pobreza.
O governo federal observa que a maioria expressiva dos repasses do Bolsa Família, cerca de 81,2%, foi destinada em nome de mulheres, enfatizando a importância desse programa para a sustentação dessas famílias. A discussão levantada pelo estudo traz à tona a necessidade de uma revisão mais aprofundada das políticas sociais para enfrentar as disparidades que afetam de forma desproporcional certos estratos da população, especialmente os negros em situação de vulnerabilidade socioeconômica.