FMI aprova pacotão e libera R$ 4 bilhões de uma vez pra Argentina
Javier Milei, presidente da Argentina, negociou com sucesso um desembolso de US$ 800 milhões do Fundo Monetário Internacional (FMI), como parte da oitava revisão do pacote de socorro de US$ 44 bilhões acordado em 2018. Este desembolso é um impulso significativo para a política econômica de choque de Milei, permitindo ao país tempo para honrar seus compromissos financeiros enquanto reavalia seu programa de socorro com o FMI.
O Fundo Monetário Internacional, em comunicado, destacou o desempenho melhor do que o esperado da Argentina no primeiro trimestre, cumprindo todos os critérios de desempenho com margens. Isso facilitou os entendimentos entre a equipe do FMI e as autoridades argentinas sobre políticas para continuar consolidando o processo de desinflação, reconstruindo reservas externas e apoiando a recuperação econômica.
O ministro da Economia, Luis Caputo, revelou que a Argentina está iniciando negociações para um novo programa de financiamento, possivelmente envolvendo fundos adicionais. Esses planos estão em consonância com as estratégias monetárias e cambiais de Milei, que estão sendo discutidas ativamente.
O governo argentino sob a liderança de Milei demonstrou um resultado fiscal com superávit primário no primeiro trimestre, algo que não acontecia há quase duas décadas. Isso foi alcançado através de medidas de austeridade, como o congelamento de obras públicas e a redução de subsídios de energia e transporte.
O Fundo Monetário Internacional destaca a necessidade de melhorar o sistema tributário e simplificar subsídios, além de fortalecer a assistência social. Além disso, ressalta a importância de evoluir a política monetária para controlar a inflação e flexibilizar a política cambial, removendo restrições e controles à medida que as condições permitirem.
Apesar do endosso do Fundo ao ajuste fiscal rigoroso de Milei, a Argentina enfrenta desafios significativos, incluindo uma inflação anual de quase 300% e uma contração projetada do PIB de 2,8% este ano. Esses obstáculos ressaltam a complexidade e a delicadeza da situação econômica do país, apesar dos esforços empreendidos até o momento.