Ford segue novo rumo no Brasil três anos após fechar fábricas
Três anos após fechar suas fábricas no Brasil, a Ford encontrou um novo fôlego no país. A montadora americana, que encerrou suas operações fabris em 2021, transformou seu centro de pesquisas em Camaçari, na Bahia, em um dos mais importantes do mundo. O local, que antes contava com 700 engenheiros e pesquisadores, agora abriga 1.600 profissionais.
Esse centro de desenvolvimento já produziu três motores usados globalmente pela Ford e quase metade das inovações em software e tecnologia de sistemas da montadora são concebidas no Brasil. “Queremos ser a primeira opção de desenvolvimento de tecnologias da Ford no mundo”, afirma Alex Machado, diretor de Desenvolvimento de Produtos da Ford na América do Sul.
Além do núcleo de pesquisas na Bahia, a Ford mantém um centro de provas em Tatuí, São Paulo, em operação desde 1970. Atualmente, o local passa por obras para receber testes de carros autônomos, que serão vendidos em diversos mercados.
A estratégia da Ford agora se concentra em veículos maiores, como picapes, SUVs e comerciais leves importados, abandonando a produção de carros pequenos. Em 2023, a empresa registrou um crescimento de 40% nas vendas no Brasil em comparação a 2022, recolocando a empresa na rota do lucro.
O governo brasileiro também tem buscado estimular o setor automotivo. Após uma tentativa fracassada de barateamento de veículos, o Senado aprovou o Programa Mover, que oferece benefícios fiscais às montadoras que investirem em tecnologias de baixa emissão de carbono e pesquisa, seguindo o exemplo da Ford.
A Ford não é a única a ver potencial no Brasil. A Airbus, maior fabricante de aeronaves do mundo, está no país há 45 anos e produz helicópteros em Itajubá, Minas Gerais. A engenharia brasileira é altamente respeitada, com a Airbus integrando tecnologia desenvolvida no Brasil em sua cadeia de produção global.
Essas iniciativas mostram o potencial do Brasil como um centro de referência tecnológica, embora ainda sejam exceções. A transformação da Ford e o investimento contínuo da Airbus sinalizam um futuro promissor para a engenharia e inovação no país.