O governo adiou, nesta segunda-feira (4), o aguardado anúncio de cortes de despesas, após uma reunião inconclusiva entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros no Palácio do Planalto. O encontro, que durou 3h20, teve como pauta principal a definição de um pacote de medidas para limitar gastos e atender à política fiscal, mas as discussões não chegaram a um consenso.
Entre os obstáculos estão os possíveis cortes ou limitações de reajustes em programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego. Medidas nesse sentido geraram resistência de setores da esquerda e do próprio PT, preocupados com o impacto social e político. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já indicou que pode deixar o cargo caso as propostas avancem sem sua participação direta.
Além de Lula e Marinho, participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Orçamento), Rui Costa (Casa Civil) e Camilo Santana (Educação), entre outros. A equipe econômica estuda a apresentação de duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que devem limitar gastos em áreas sociais e vincular despesas obrigatórias ao novo marco fiscal.
Haddad cancelou uma viagem à Europa para se dedicar às negociações, mantendo a expectativa de que o anúncio ocorra ainda esta semana. Em comunicado, o Ministério da Fazenda afirmou que novas reuniões com outros ministérios serão realizadas para buscar alternativas de corte.