Governo deve realizar corte de R$ 60 bilhões nas despesas, segundo o Itaú
Para aumentar a confiança na sustentabilidade fiscal do Brasil, o governo precisa reduzir suas despesas em R$ 60 bilhões nos próximos dois anos, aponta um relatório divulgado pelo Itaú nesta segunda-feira, 11. A proposta sugere um corte de R$ 25 bilhões em 2025 e mais R$ 35 bilhões em 2026, a fim de diminuir a percepção de risco sobre as contas públicas e impulsionar a credibilidade do arcabouço fiscal.
A expectativa por medidas de contenção fiscal tem sido um tema central no cenário econômico nacional nas últimas semanas. Nesta segunda-feira, o Banco Central revelou que a dívida bruta brasileira registrou sua primeira queda em 14 meses, reduzindo-se de 78,5% para 78,3% do PIB em setembro. Apesar dessa redução, o índice, próximo a 80%, ainda é considerado elevado em comparação com outros mercados emergentes, o que mantém as preocupações fiscais no radar dos investidores.
Para analistas do mercado, esse alto nível de endividamento aumenta a pressão sobre o governo para melhorar as contas públicas, que enfrentam desafios devido ao crescimento dos gastos obrigatórios. A incerteza sobre a implementação de um ajuste eficaz amplia as dúvidas quanto à capacidade do país de reequilibrar seu orçamento a longo prazo.
O relatório do Itaú destaca que um corte significativo nas despesas é essencial para reduzir a percepção de risco do mercado em relação ao Brasil. Além de facilitar o cumprimento das metas fiscais, a medida contribuiria para estabilizar a trajetória da dívida e fortalecer a confiança do mercado, especialmente em um cenário de alta sensibilidade a fatores econômicos globais.