Governo economizaria R$ 1,5 trilhão se homens e mulheres tivessem aposentadoria igual
Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que a equiparação das idades mínimas de aposentadoria de homens e mulheres poderia resultar numa economia de R$1,5 trilhão em despesas previdenciárias ao longo de 30 anos.
Segundo os pesquisadores, a proposta visa elevar a idade mínima dos homens para 67 anos e implementar uma transição gradual para as mulheres, que alcançariam os 66 anos. Atualmente, homens se aposentam aos 65 anos e mulheres, desde a reforma de 2019, aos 62 anos.
A medida é defendida como essencial para conter o crescimento dos gastos da Previdência, que já representam 7,9% do PIB e podem atingir 10% até 2045 sem novos ajustes. Fábio Giambiagi, economista e um dos autores do estudo, argumenta que “a equiparação das regras de aposentadoria é crucial para garantir a sustentabilidade fiscal e reduzir as disparidades de gênero no sistema previdenciário”.
No entanto, críticos apontam que a medida poderia agravar as desigualdades sociais, dado o contexto em que mulheres enfrentam interrupções na carreira devido a responsabilidades familiares. Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Ipea, destaca que “é cedo para propor a equiparação nas regras de aposentadoria”, sugerindo que ajustes no mercado de trabalho poderiam ser mais eficazes para promover igualdade.
A discussão sobre a proposta de reforma previdenciária ressalta a necessidade de políticas complementares, como ampliação da licença-maternidade e melhoria na infraestrutura de cuidados infantis, para mitigar impactos sociais.