Japão encontra dois minerais que a China dominava e agora fica tranquilo até o fim do século
Com uma descoberta que promete revolucionar o cenário global de metais estratégicos, pesquisadores da Universidade de Tóquio e da Fundação Nippon anunciaram a localização de vastas reservas de cobalto e níquel no fundo do mar do Pacífico, a cerca de 2.000 quilômetros de Tóquio. Com 610.000 toneladas de cobalto e 740.000 toneladas de níquel, o Japão assegura seu abastecimento dessas matérias-primas por pelo menos 90 anos.
Esses metais são cruciais para a produção de baterias de carros elétricos, celulares e outros dispositivos eletrônicos, setores em crescimento acelerado devido à transição energética global.
A descoberta é particularmente significativa, pois o Japão, até então, dependia quase completamente de importações para suprir suas necessidades industriais.
Quais os benefícios da exploração?
A exploração revelou cerca de 230 milhões de toneladas de nódulos polimetálicos, dos quais se extrairão o cobalto e o níquel. Essas reservas elevam o Japão a um novo patamar no mercado global, onde a República Democrática do Congo e a Austrália são os principais detentores de cobalto. A China, por sua vez, domina o refino deste metal, controlando 72% da indústria de processamento, essencial para tornar o cobalto utilizável.
“O Japão planeja iniciar a extração desses nódulos em março de 2026”, informou o grupo de trabalho responsável pela descoberta. O objetivo é criar uma joint venture com empresas nacionais para refinar e comercializar os metais dentro do país, reduzindo a dependência da China e fortalecendo a autonomia econômica japonesa.
Japão no mercado global
Essa descoberta não apenas posiciona o Japão como relevante no mercado de metais estratégicos, mas também tem implicações geopolíticas significativas. A União Europeia já reconhece o níquel e o cobalto como matérias-primas estratégicas, prevendo um aumento exponencial na demanda nas próximas décadas.
A medida visa mitigar riscos de interrupções na cadeia de suprimentos, visto que esses recursos são concentrados e não possuem substitutos acessíveis.