Líder do Banco Central desabafa sobre o PIX
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, manifestou preocupação sobre o futuro do PIX e outras inovações devido à falta de recursos no orçamento da instituição. Em evento realizado pela Legend Capital em São Paulo, Campos Neto revelou que o orçamento de investimento do Banco Central para 2023 é de apenas R$15 milhões, um quinto do valor de cinco anos atrás. Ele alertou que essa redução de recursos pode desacelerar a agenda de inovação, afetando operações como o PIX e o Drex, versão digital do real.
“O orçamento foi sendo cortado, cortado e cortado”, desabafou Campos Neto, enfatizando que a escassez de recursos coloca em risco a continuidade e a evolução do PIX, o sistema de pagamentos instantâneos que se tornou um sucesso no Brasil. Segundo ele, as restrições orçamentárias levantam a questão de como o BC manterá o funcionamento do PIX a longo prazo.
Além da escassez de recursos, Campos Neto destacou que as paralisações de funcionários do Banco Central por ajustes salariais e a necessidade de mais contratações também impactam a implementação de novas soluções, como recursos extras do PIX. A situação se agrava com a crescente demanda pelo serviço. Na semana anterior ao evento, o PIX atingiu 201 milhões de transações em um único dia.
Campos Neto também defendeu a aprovação da PEC 65, que concederia autonomia financeira e administrativa ao Banco Central, semelhante ao que acontece em outros países. Ele argumentou que essa autonomia é crucial para manter a inovação e a modernização do sistema financeiro brasileiro.
Apesar das dificuldades, Campos Neto destacou a importância do PIX, afirmando que ele é único no mundo em termos de adoção e uso. Ele mencionou a possibilidade de um “marketplace de finanças”, uma espécie de superaplicativo com diversos serviços, para demonstrar a visão do Banco Central para o futuro.