O presidente Lula na noite desta terça-feira (14) demitiu Jean Paul Prates da presidência da Petrobras. Prates, que havia sido indicado no ano passado, vinha enfrentando divergências públicas com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, especialmente sobre a distribuição de dividendos extraordinários da estatal.
Para substituir Prates, Lula escolheu Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante o governo Dilma Rousseff. O nome de Magda será analisado pelo conselho da Petrobras na manhã desta quarta-feira (15). Chambriard, que já aceitou o convite, é engenheira civil e mestre em engenharia química, com 22 anos de carreira na Petrobras.
A demissão de Prates ocorre em meio a uma crise sobre a política de dividendos da empresa. Em março, a Petrobras decidiu não pagar R$43,9 bilhões em dividendos extraordinários, o que resultou em uma perda de R$55,3 bilhões em valor de mercado. Prates defendia a distribuição de 50% dos dividendos, enquanto Silveira e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, queriam reter o montante para aumentar a capacidade de investimento da empresa.
Apesar do desgaste, a crise sobre os dividendos foi resolvida em 25 de abril, com a aprovação da distribuição de 50% dos recursos, cerca de R$22 bilhões. No entanto, as divergências entre Prates e Silveira também envolviam outros temas, como preços dos combustíveis e a meta de produção de biodiesel.
A demissão de Prates veio um dia após a Petrobras divulgar um lucro líquido de R$23,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024, uma queda de 37,9% em relação ao mesmo período de 2023. A receita de vendas também caiu 15,4%, totalizando R$117,7 bilhões.
Magda Chambriard, que atua como consultora na área de energia e petróleo, é vista como uma escolha técnica e experiente para liderar a Petrobras em um momento de desafios e mudanças na política de dividendos e preços de combustíveis.